Dos escritos de Agostinho

DEUS É A VIDA DE TUA ALMA

“Tua alma morre perdendo a sua vida. Tua alma é a vida do teu corpo, e Deus é a vida de tua alma. Do mesmo modo que o corpo morre quando perde a sua alma, que é sua vida, assim a alma morre quando perde a Deus, que é sua vida. Certamente, a alma é imortal, e de tal modo é imortal, que vive mesmo estando morta. Aquilo que disse o Apóstolo da viúva que vivia em deleites pode-se dizer também da alma que tem perdido o seu Deus: que vivendo está morta”.

(Com. Ev. de João, 47, 8)

O GOZO É COMUM

A Igreja começa a levantar a cabeça

Agostinho "ensinava e pregava, em privado e publicamente, a palavra da salvação. Cheio de confiança combatia as heresias de África, sobretudo os donatistas, maniqueus e pagãos, com livros ou conferências improvisadas. Os católicos sentiam‑se cheios de admiração e louvores e, onde lhes era possível, divulgavam‑no aos quatro ventos.

Com a ajuda, pois, do Senhor, a Igreja de África que desde há muito tempo jazia reduzida, humilhada e oprimida pela violência dos hereges, sobretudo dos donatistas, que rebatizavam a maioria dos africanos, começou a levantar a cabeça.

Estes livros e tratados multiplicavam‑se por graça admirável de Deus. A abundância dos seus argumentos e a autoridade dos textos bíblicos que citava, fazia com que os próprios hereges corressem junto com os católicos para, cheios de entusiasmo, o ouvirem. Os que queriam e podiam, com a ajuda de estenógrafos, tomavam apontamentos do que dizia. Deste modo, a sua preclara doutrina e a suave obra de Cristo estendeu‑se e manifestou‑se por toda a África, alegrando‑se também a Igreja do outro lado do mar, assim que lhe chegava a notícia. Pois, assim como quando padece um membro, todos os membros se compadecem, também quando um é glorificado, todos os outros participam da sua alegria" (Vida, 7).

O que Agostinho significou para a Igreja africana fica recolhido neste texto de S. Posídio. Antes de mais, deu‑lhe confiança em si própria, como primeiro passo para um novo ressurgimento.