Não existem palavras mais adequadas para dar por terminada uma biografia de Santo Agostinho que aqueles com que a conclui quem foi seu amigo e confidente durante 40 anos, S. Posídio.
"Não fez nenhum testamento porque, como pobre de Deus, nada tinha a deixar.
Olhando os vindouros, mandava sempre que se guardassem com esmero toda a biblioteca da Igreja e os códices antigos.
Os bens que a Igreja possuía em propriedades ou ornamentos, tudo encomendou à fidelidade do presbítero que tinha o cuidado da sua casa.
Na sua vida e na sua morte tratou com atenção os seus parentes, religiosos ou leigos; e, se era necessário, do que sobrava, como aos outros, provia‑os, não para os enriquecer, mas para que não passassem necessidades ou para aliviá‑la.
Deixou à Igreja clero suficientíssimo e mosteiros cheios de religiosos e religiosas, com a sua devida organização, a sua biblioteca provida de seus livros e tratados e de os de outros santos; e neles se reflete a grandeza singular deste homem dado por Deus à Igreja, e ali os fiéis o encontram imortal e vivo...
E certamente nos seus escritos manifesta‑se segundo a luz da verdade que se recebe, como aquele sacerdote tão agradável e amado por Deus viveu segundo a saudável e reta fé, esperança e caridade da Igreja católica e os que lêem os seus livros acerca das coisas de Deus tiram proveito. Se bem que eu creio que, sem dúvida, poderam tirar maior proveito os que o ouviram e viram pregar na Igreja e sobretudo conheceram a sua vida exemplar entre os homens (Vida, 31).
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